segunda-feira, 4 de maio de 2020

A OPINIÃO DE BERG LUCENA

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Para entendermos o cenário atual é preciso compreender os poderes e como os mesmos funcionam. Em uma democracia existem três poderes que precisam funcionar de forma harmônica. São eles poder executivo, legislativo e judiciário. Existe um fator regente para esses três poderes que é a Constituição Federal.

O poder executivo administra o Estado, além de executar as leis e propor planos de ação. Esse poder é exercido em âmbito federal pelo presidente da república que tem a prerrogativa de nomear cargos de primeiro, segundo e terceiro escalão. Cabe também ao executivo sancionar ou vetar PL’s feitas pelo legislativo. O executivo também produz MP’s, PL’s E PEC’s.

MP’s são medidas provisórias com força de lei que produzem efeitos imediatos, porém têm um prazo de sessenta dias prorrogáveis por mais sessenta e que precisam ser aprovadas do Congresso para se tornarem leis definitivamente.

O legislativo legisla, ou seja cria e aprova leis; cabe também ao legislativo fiscalizar o executivo, questionar atos do poder executivo, aprovar ou reprovar contas públicas.

PL’s são projetos de lei que precisam de maioria mínima de votos para serem aprovados; após, precisam ser sancionadas ou vetadas pelo executivo. Se vetadas, voltam para nova votação. Podem também ser barradas pelo STF (judiciário) caso não sejam constitucionais.

PEC’s são projetos de emenda constitucional que precisam de dois terços da câmara para serem aprovados.

O judiciário(STF) tem o dever de guardar a Constituição Federal e acredito que isso já ficou bem claro.

A separação dos poderes é uma das cláusulas pétreas da Constituição Federal, prevista no Texto Constitucional de 88 evita que executivo, legislativo e judiciário cometam abusos e tentem se sobrepor uns aos outros. A isso se dá o nome de sistema de freios e contrapesos.

Existem alguns problemas em relação à Constituição. Além de ser muito extensa, praticamente não existe mais por conta de inúmeras emendas constitucionais, sendo que o maior problema é a interpretação e manipulação da mesma.

Temos um histórico de três poderes carcomidos pela corrupção, onde o congresso quer nomear cargos de primeiro, segundo e terceiro escalão colocando lá pessoas que possam desviar recursos públicos. Querem também que o poder executivo libere emendas parlamentares em troca de votar as PL’s, MP’s E PEC’s do governo. Temos um STF composto por ministros indicados por ex-presidentes corruptos, ministros que há muito não guardam a Constituição, mas guardam os seus amigos e a classe política corrupta; têm como função principal manipular (interpretar) a Constituição em favor de criminosos.

Existem ainda um quarto e quinto poder que não podem ser menosprezados, o povo e a mídia. A grande mídia é, claramente, oposição ao governo por não ser mais silenciada por verba estatal, e o povo hoje se vê amedrontado por essa mesma mídia que apresenta fileiras de covas abertas no horário do almoço; acuado pela ameaça de morte velada por palavras de preocupação, muitos já adoecidos mentalmente, fragilizados espiritualmente, golpeados em sua dignidade por não poderem dar conta do seu sustento.

Hoje, o Congresso está delegando ao STF o poder de legislar através de partidos que o acionam, dois poderes claramente contra um, ou seja, Congresso e STF fazem hoje do presidente uma figura alegórica.

Pergunta: até quando o povo suportará essa pressão? Aliás, só o povo tem um poder maior que todos esses outros, pressão e desobediência civil organizada são os últimos recursos.

Berg Lucena

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