Não é preciso ser nenhum
cientista político para perceber o panorama de nossa cidade. Já se fazem 64
anos desde a emancipação política de Santa Cruz, todavia, mesmo liberta, a
cidade continuou presa aos domínios de dois partidos mais populares na cidade.
Cada partido, quando posição, teve uma oposição ferrenha. Mesmo diante desse
fato, os prefeitos tem sempre acertado um pouco ali e errado muito aqui,
principalmente nos últimos anos. O cidadão pagador de impostos encontra
dificuldade de usufruir dos direitos mais básicos, pois todos sabem o quão
decadente é Santa Cruz nos sentidos de saúde, educação, segurança, saneamento
básico e etc.
Assim como toda ação, tais
atitudes geram reações da população. Há os que ainda mantém a esperança de uma
melhora vinda dos tradicionais partidos e lutam por isso. Há os que acreditam em uma força da 3ª via na
tentativa de incrementar uma nova política pautada em novos valores e
princípios. Há, também, os omissos, e nesses está o foco desse artigo.
Com omissos, não quero me
referir a pessoas que não estão nem aí para política, muito embora esses também
devam ser advertidos, mas aqueles que mesmo com um certo interesse, são
coniventes com a situação atual e, mesmo assim, defendem ferozmente um partido
ou uma figura pública. Essas pessoas
sentem uma indiferença com a condição da cidade, estão, na verdade,
interessadas no que pode ser-lhes dado como beneficia por apoiar algum
candidato, ou seja, vendem seu voto. Estão interessados também, nas festas
durante a campanha, onde podem usufruir de bebidas, agitação e etc. Põem o adesivo do candidato no peito, repetem
seu slogan e, por fim, votam. Depois disso, nos próximos 4 anos, terão de tomar
cuidado para não terem seus bens furtados, por causa da violência desenfreada.
Torcer para não ficar doente pois terão que ir pra Caruaru, pois falta o básico
nos hospitais do município. E arcar com altas mensalidades escolares (se tiver
condição) pois o ensino público não fornece boa educação. Mesmo assim, passado
os 4 anos, o ciclo se repete, e tem sido assim durante a maioria dos anos de
emancipação política de Santa Cruz.
Em primeiro lugar um
omisso é um ignorante, pois está cego para opiniões dos lados contrários,
também para o que é melhor para a cidade, muito mais para ver melhorias vinda
de lados opostos. São cegos. Fazem voltar aos tempos da antiga república onde o
voto de cabresto se fazia presente. As pessoas endeusam seus políticos e o
defendem a todo custo, intrigas e brigas são comuns em período de eleição por
parte desses indivíduos.
Em segundo lugar, um
omisso não é representado. Nem mesmo por seus próprios políticos. Essas pessoas
não tem interesse em coisas que realmente importam, como propostas e garantias
dos direitos públicos e individuais. Por não fazerem nenhuma reivindicação,
acabam sendo governados por políticos que tem propostas e ideias que muitas
vezes não representam o desejo da população. Por isso, esses, ficam à mercê da
vontade do governante.
Em terceiro e último,
porém mais importante, o omisso é um covarde, pois põe seus interesses acima do
bem comum. Troca os bens para sua cidade, por bens para ele e sua família.
Trocam 4 anos por uma decisão impensada fruto do “calor do momento”. Agem com
extrema falta de empatia para com o outro que realmente necessita do governo.
Pois, enquanto ele briga, pula, enche a cara nas campanhas, sua decisão final
fará com que pessoas sofram pela falta de estrutura na saúde pública, que jovens
tenham seus sonhos frustrados por falta de recursos na educação, que pais de
família temam pela vida dos seus filhos por conta da violência, que pessoas que
tanto batalharam para conquistar seus bens os vejam ser tomados por
assaltantes. E tudo isso a custa de sua omissão.
É por conta dessas pessoas
que políticos corruptos subsistem e a cidade não apresenta melhorias
significativas.
Que fique claro que não
estou condenando a postura de quem vota nos tradicionais partidos, e sim os que
se mantém fanático e toleram de tudo, descaso na prefeitura, corrupção e outra
atrocidades. Além de não verem por vontade própria o que é melhor para a cidade.
Todavia, embora haja
dureza no texto, mantenho o meu coração cheio de amor (afinal uma das provas
mais legitimas do amor é a correção) para lhe convidar a mudar de postura,
assumir o erro e o concerta-lo, caso você tenha agido assim, sendo omisso,
sendo conivente... há tempo para acordar. Todos erram, porém devemos tentar
concertar o erro ao perceber o mesmo, continuar nele é extrema fraqueza. Tantas
pessoas em nossa cidade que por muito tempo olharam para a política como fonte
de benefício próprio e, hoje, mudaram de opinião, livraram-se dessas amarras e
veem a realidade agora com outros olhos. Seu voto é precioso, não o negocie e
sempre questione afim de tomar a melhor decisão, pois ele representa a sua vida
e a vida daqueles que você ama.
Emanuel
Souza Ramos