quinta-feira, 30 de novembro de 2017

#FAMÍLIAS DO BRASIL

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Manhã de domingo ensolarado, pássaros cantam a luz do sol que bronzeia a pele da criança que ali próximo brinca ao lado de seu pai e sua mãe na beira da praia, ao lado desse grupo, dois jovens conversam sobre as tarefas da escola e pedem opinião também aos pais que acompanham o bate papo enquanto observam a paisagem a sua frente. Tudo dentro dos conformes, famílias que se reúnem e que dividem momentos de diversão e aprendizagem em um dia de descanso semanal, no entanto, do outro lado da rua em um apartamento a beira mar, tudo parecia também muito tranquilo até que alguém justamente na hora do almoço faz a pergunta que abalaria a paz e o descanso. O que define uma família? Perguntou um tio mais complicado que lia um livro de filosofia para jovens. E aí foi que não deu outra, uma pergunta inquietante num dia nada inquieto.
Como ali havia outros tios, tias, avós, pais, filhos e irmãos, quase todos desejaram responder, os primeiros de maior experiência e idade começaram a definir a família nos moldes do século XIX, ou seja, pai, mãe e filhos, respectivamente nessa ordem, pois o pai era o chefe da família seguido por uma esposa que lhe devia obediência e filhos que não fugiam a regra, outros um pouco mais ligados a valores transcendentais, relacionavam à família a criação divina e como tal, a mesma também deveria prestar contas às forças sobrenaturais que a regem, o tio mais complicado ouvia todas as respostas e achando pouco a confusão causada até então tascou outra pergunta. O que define uma família hoje?

Um silêncio um pouco mais prolongado aconteceu, até que um irmão mais velho que não tinha muito costume de fazer longos discursos começou a falar que a definição de família hoje é muito plural, pois existem as famílias tradicionais, as famílias de mães e pais viúvos que cuidam dos filhos, aquelas que são formadas por pais separados, aquelas formadas por homossexuais que adotam um filho e aquelas formadas por filhos que resolveram morar separados dos pais, sem contar outra infinidade.
Percebera o tiozinho que a discussão já estava ficando muito longa e resolveu terminar o papo explicando o porquê da pergunta, dizia ele que boa parte dos que estavam ali reunidos naquele domingo não eram capazes de enxergar além do próprio nariz, e que suas opiniões sobre família estavam muito mais apoiadas nos valores morais adquiridos ao longo do tempo, e que mesmo que alguns desses valores não fossem aceitos por boa parte da sociedade contemporânea eles não conseguiam observar por outro ângulo, que eles não perceberam a mulher se apoderando no mercado de trabalho e se tornando chefe da família, que o casamento já não era o único instrumento de definição da formação inicial da família e um monte de outras pequenas coisas que não eram notadas. Durante todo o resto da tarde foi aquela discussão por parte dos que ali estavam, havia um grande fervor em nome do tema, até que um anúncio feito por um dos netos mais jovens, pois fim a discussão, ele com pulmões carregados de ar deu o aviso que todos tinham esquecido, disse ele: o wi-fi voltou a funcionar. Dali em diante a discussão foi cessada e a tranquilidade voltou a reinar naquele domingo. No mais fica o dito para ser reescrito e pondo final.

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