Ao vencer as eleições 2020,
Fábio Aragão e Helinho Aragão prometeram “Fazer diferente” e promover as
mudanças que a cidade precisava, sobretudo, ser um governo aberto para o
diálogo.
Na prática isto não está
acontecendo, sobretudo, no uso do teatro municipal que continua sem ser dos
fazedores de teatro, sendo ocupado por dez dias neste mês de maio para um
simples recadastramento dos servidores efetivos do município.
Os produtores teatrais, no
qual me incluo vem sofrendo desde a inauguração do teatro no governo Ernando
Silvestre, pois ele não está exclusivamente para esse fim, e sim para que as próprias
administrações realizem reuniões e encontros do seu próprio interesse. “Todas”
as administrações ignoraram a classe teatral, que aos poucos foi minando diante
da forma como a agenda do teatro é tratada.
Houve tempo em que a
agenda do teatro era nas mãos da secretária de educação, bem como até
casamentos eram realizados no teatro, reuniões da PM, da GM. O mais grave disso
tudo é que as escolas particulares foram privilegiadas para suas formaturas nos
meses de novembro e dezembro.
Fui diretor do teatro no
governo Edson Vieira por pouco tempo, entregando o cargo diante da realidade de
não poder controlar a agenda.
Agora, não encontrei
agenda para ensaiar meu show de teatro musical, pois mais uma vez as
prioridades são outras. O que mais me angustiou nessa situação foi ouvir do próprio
novo diretor de cultural, que era “Cultural” na cidade que as prefeituras
utilizassem para si o teatro, e que a ordem vinha de cima.
Para piorar essa questão,
num encontro casual entre este produtor, o diretor de cultural e o
vice-prefeito Helinho Aragão, ficou claro o que estava acontecendo. Helinho
Aragão se comprometeu em mudar esta realidade. Mas não o fez.
Sobre local para o
recadastramento, todas as escolas estão livres para tal realização.
Particularmente, ficaria feliz em ver a agenda cheia de espetáculos para ensaio
e apresentações.
Um grupo lutou muito tempo
para a formação de um publico de teatro na cidade, enfrentamos tudo e todos
para que esse teatro municipal fosse construído.
Mas a tristeza de sabermos
que o Teatro Municipal nunca foi nosso de verdade traz uma sensação horrível e inexplicável.
Por ironia, foi o pai do
atual prefeito, o então vereador Fernando Aragão, o idealizador para que o
governo Aragãozinho fizesse uma permuta com o empresário Alírio Tibúrcio e o
teatro se tornasse realidade.
Ernando Silvestre, José
Augusto Maia, Toinho do Pará e Edson Vieira não entregaram o teatro nas mãos
dos teatreiros. Que a memória de Fernando Aragão toque na consciência do seu
filho Fábio Aragão e que o Teatro Municipal vá para as mãos devidas e sirva
para seu verdadeiro propósito.
Marcondes Moreno- Ator, Diretor, teatrólogo, oficineiro e um apaixonado pela arte teatral.
Nenhum comentário:
Postar um comentário