Com o final do período de
intensificação da quarentena, o Governo de Pernambuco começa a pôr em prática o
“Plano de Monitoramento e Convivência com a Covid-19”, que determina a retomada
gradual e planejada das atividades econômicas em todo o Estado. O cronograma
prevê de que forma 32 setores econômicos terão as medidas restritivas
flexibilizadas, e como será a carga operacional desse retorno, que seguirá
protocolos gerais e específicos para evitar a transmissão da doença.
O ciclo de reabertura gradativa chegará
à flexibilização total ao final de um período de 11 semanas. O calendário,
porém, poderá ser antecipado ou prorrogado, dependendo do comportamento da
curva de contaminação. Os detalhes do plano foram apresentados pelos
secretários de Desenvolvimento Econômico, Bruno Schwambach, e de Planejamento,
Alexandre Rebêlo, em entrevista à imprensa realizada remotamente no Palácio do
Campo das Princesas. Ficou claro, na entrevista, que a flexibilização
escalonada ocorrerá gradativamente até o Estado chegar ao que se entende por
“normalidade controlada”. Na mesma coletiva, o secretário estadual de Saúde,
André Longo, detalhou os últimos números da pandemia do novo coronavírus.
De acordo com o plano anunciado hoje,
serão considerados, prioritariamente, a relevância socioeconômica dos setores e
os riscos que o retorno de cada atividade pode representar para a área de
saúde. Os próximos 15 dias, inclusive, serão determinantes para testar a
segurança da flexibilização e os impactos na saúde da população. A primeira
etapa, que começa nesta segunda (01.06), permite a operação de lojas físicas de
material de construção, seguindo novos protocolos de atendimento. Também
poderão funcionar, exclusivamente por delivery, as unidades de varejo de bairro
e do Centro, assim como shoppings centers e o comércio atacadista.
A partir do dia 08 de junho, a
construção civil iniciará o retorno gradual, tanto na Região Metropolitana do
Recife quanto no interior: Na RMR, as obras serão liberadas com 50% dos
funcionários e no horário das 9h às 18h. Já no interior, a liberação também é
de 50%, sem determinação de horário. O comércio atacadista também poderá atuar
a partir da próxima semana, mas na RMR só será permitido no horário das 9h às
18h. Novos protocolos do setor deverão ser respeitados.
No dia 15 de junho, os serviços de
atendimento ao público entrarão no circuito de flexibilização. Salões de
beleza, barbearias e serviços de estética estarão liberados, mas precisarão
atender uma pessoa por vez, por agendamento, sem fila de espera e com
higienização entre um cliente e outro. Varejos de bairro também poderão
funcionar, mas só em lojas de até 200 metros quadrados.
Shoppings centers, centros comerciais
e praça de alimentação poderão adicionar o atendimento via coleta na operação.
Vale ressaltar que, na RMR, o horário permitido de coleta será apenas entre 12h
e 18h. Treinos de futebol profissional estarão liberados a partir dessa data.
Todos os setores estarão sujeitos a novos protocolos de segurança, baseados em
distanciamento social, regras de higiene, monitoramento e comunicação.
O estudo que determina as etapas de
convívio e reabertura das atividades econômicas foi produzido ao longo dos
últimos dois meses, pelo Comitê Socioeconômico de Enfrentamento ao Coronavírus,
do Governo do Estado, em diálogo com as federações de representações
empresariais e a Consultoria Deloitte, que utilizou pesquisas de referência
mundiais e nacionais.
O restabelecimento escalonado das
atividades econômicas e a circulação de pessoas nas próximas semanas estará sob
avaliação, e o cumprimento do cronograma depende do comportamento das curvas de
contaminação e de mortes provocadas pelo coronavírus. Atualmente, um grupo
formado por agentes da Secretaria estadual de Saúde, em parceria com o
Laboratório de Imunopatologia Keiso Asami (Lika), da Universidade Federal de
Pernambuco (UFPE), além do Porto Digital, mantém atualizado o mapa do impacto
da pandemia em todo o Estado.
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