Em seu livro, “A sorte
segue a coragem”, o filósofo e educador Mario Sérgio Cortella, nos traz uma
reflexão em torno do destino e aqueles que por ele esperam, ou seja, pensar
sobre o fato de ficar esperando que as coisas caiam do céu, confiando na sorte
abençoada de cada dia, o próprio fato de desejar boa sorte em algumas situações
já merece uma atenção maior, pois quando alguém vai dirigir um veículo e você
olha para o motorista e deseja boa sorte apenas, está dizendo claramente que
ele não tem um bom desempenho naquilo que vai fazer, e portanto depende de
forças “superiores” para chegar ao seu destino, fazer uma avaliação, fazer um
concurso e outras coisas servem para o mesmo exemplo, desejar apenas boa sorte
pode carregar nas entrelinhas a ideia de que quem vai fazer não tem capacidade
de atingir seu objetivo por ele mesmo.
Ultimamente o Brasil tem
falado muito em torcida e sorte, logo, isso é passível de preocupação pois boa
parte dos brasileiros estão dizendo que quem está no poder depende muito mais
da exterioridade que o rodeia do que dos seus próprios dotes cognitivos,
políticos e sociais. Não basta torcer para que dê certo, eu posso passar dias
torcendo para que meu time seja campeão no final do jogo, no entanto isso vai
depender de quem está jogando, das instruções técnicas do treinador, das
condições psíquicas de todos envolvidos, e finalmente da sorte em esperar que o
outro time erre muito para que se possa aproveitar esses momentos.
Planejamento, análise e cuidado
com cada passo a ser dado são fundamentais para se chegar aos objetivos
desejados, mas o exemplo acima não pode ser levado a esmo quando estamos
falando de política e especialmente em um país com dimensões continentais como
o nosso, não se pode governar atendendo aos interesses da torcida, e o gol não
pode ser marcado par apenas um lado do campo, política seletiva é clientelismo
e isso leva aos piores vícios da política brasileira, ter coragem de enfrentar
os desafios nossos de cada dia é fator fundamental para que a sorte exista,
quem é aprovado em um concurso em primeiro lugar não teve boa sorte, teve
noites sem dormir para poder estudar, teve que abrir mão de lazer e de um monte
de outras coisas. Torcida é muito boa nos estádios, na vida real se espera
especialmente dos governantes, que eles se preparem para cumprir o seu papel.
No mais fica o dito para ser reescrito e ponto final.
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