Não, essa coluna não se
voltou ao entretenimento. Não vou falar da série de sucesso estrondoso dos
canais HBO. Me refiro aqui à Guerra dos Tronos de Santa Cruz.
Creio, porém, que a
analogia cabe muito bem. Temos aqui um caso clássico de construção do próximo
pleito pela via da articulação. Infelizmente, feita no grito. Me parece que as
lideranças de Santa Cruz pensam neste momento mais no poder que na cidade. Os
próximos atos devem confirmar minha tese.
De um lado, o governo
atual extremamente desgastado para dentro e principalmente para fora. Edson
Vieira hoje é um líder forte com um exército fraco, esfacelado, mas ainda o
maior. A votação de Alessandra dá uma sobrevida a um governo à beira do
colapso. A gestão do município vai mal, mas a política seguiu firme.
Seria o momento da
oposição garantir a vitória em 2020. Porém, os grupos (assim mesmo, no plural)
também optaram por lutar por hegemonia, mesmo que isso signifique não obter o
poder.
Edson em 2012 deu uma aula
de articulação. Aproveitou o desgaste do trágico governo de Toinho, reuniu
pessoas diferentes e convenceu Santa Cruz que a cidade precisava dar uma chance
a algo novo. Derrotou um mito, segurou um grupo amplo e plural e garantiu sua
reeleição durante uma das maiores crises políticas da história do país.
Agora seria a hora da
oposição ir à forra. Com o reforço de Diogo Moraes seriam invencíveis, mas ao
que tudo indica, a guerra de egos vai imperar. Se a eleição fosse hoje, Edson
elegeria seu sucessor, por total incapacidade das oposições de definir um
norte.
A questão estadual
influencia diretamente no processo. Zé é Armando, Armando é Edson, mas Edson e
Zé são água e óleo. O resto da oposição, salvo poucas exceções, fecham com o
Palácio, que não é muito querido por aqui.
Fernando, que quase
surpreendeu em 2016, lado a lado com Zé, se coloca como o candidato de Diogo.
Assim, não será o de Zé Augusto. Zé Augusto quer um candidato para chamar de
seu. Zé provou sua força com a candidatura de Tallys, Diogo ganhou, mas não
levou.
O bolo de Santa Cruz ainda
é pequeno demais para ser dividido por três. Seguindo a Guerra dos Tronos como
vai hoje, Edson só precisa decidir o nome que vai ocupar sua cadeira, porque a
nova oposição é grande, mas é fragmentada demais para entender que não se
debate uma cidade em torno de nomes, mas de projetos.
Para Armando Monteiro, me
parece o melhor caminho uma vitória "de Edson" auxiliada por uma
candidatura apoiada por Zé Augusto que dividisse a oposição. No bolo partido em
três, ele manteria dois pedaços. Armando ainda hoje é o grande padrinho de Zé
Augusto.
Cabe ao novo grupo de
Diogo entender que é novo, que começa do zero em relação à eleição municipal e
desenvolver estratégias para virar um jogo que hoje encontra-se perdido.
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