A
NEGAÇÃO DA POLÍTICA
A política tem muitas
definições possíveis. Enquanto ciência, enquanto ação humana, forma de
organização. Mas quero abordar aqui a política como algo prático: a melhor e
talvez a única maneira de melhorar de verdade a vida das pessoas. É para isso,
sobretudo, que serve a política.
Por vezes, porém,
dependendo dos interesses envolvidos, a política pode ser negada. A política é
negada quando não se quer ou não se pode debatê-la, mudá-la, por incapacidade
ou dissimulação.
Vivemos hoje um período de
grave negação da política. As consequências disso podem ser desastrosas. Fui
duramente criticado por apoiadores de Bolsonaro ao atribuir a ele a negação da
política nas eleições de 2018. Mas sustento, ele foi eleito justamente por
fomentar a negação da política.
Bolsonaro, durante a
campanha eleitoral, não apontou soluções para os problemas do país - leia-se
desemprego, crise econômica e política, violência generalizada, desigualdades
sociais e regionais, manutenção do SUS -, ele apenas apontou inimigos e
supostos culpados.
A imprensa, os movimentos
sociais, o PT, kit gay e gayzistas, a esquerda, os comunistas, os vermelhos em
geral, as "relações internacionais de viés ideológico", o
desarmamento, a "doutrinação". Ele conquistou eleitores em todas as
classes sociais, mesmo com propostas extremamente impopulares, como a Reforma
da Previdência de Paulo Guedes, que é a mesma de Michel Temer, que, segundo
pesquisa encomendada pelo Palácio do Planalto e divulgada em 31 de janeiro de
2018, só tinha a aprovação de 14% dos brasileiros.
Os problemas mais graves e
urgentes do país, ficaram fora do debate presidencial, deram lugar a questões
que não cabem, ou não deveriam caber, ao presidente da república. Agora, sem
ter proposto nada consistente para nossos problemas, tampouco ter debatido com
os concorrentes sobre o assunto, o presidente eleito com mais de 57 milhões de
votos, tem um Congresso quase todo a seu favor para combater os inimigos que
elegeu em sua jornada, além de não ter nenhuma responsabilidade de resolver os
problemas, pois já tem em quem botar a culpa.
Sabe quem fez isso com
muito êxito? Adolf Hitler. Torçamos para que não tenhamos o mesmo desfecho.
Paulinho
Coelho, tem 32 anos, é professor da rede pública e estudante
de jornalismo. Defende a Liberdade de expressão, de imprensa, livre
manifestação e os Direitos Humanos.
Dá-lhe Bolsonaro!!!
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