Era uma vez a Reforma
Trabalhista. Ela iria gerar 6 milhões de empregos. Nada mal pra um país que tem
mais do que o dobro desse número de pessoas desempregadas. A Reforma foi
aprovada. Ela mudou algumas regras da relação de trabalho e empregador. Assim, com
menos direitos e encargos, os maravilhosos patrões poderiam contratar mais
pessoas. Dividir o trabalho para mais pessoas, tão necessitadas...
Agora, era uma vez uma
empresa, que tem uma loja no Moda Center Santa Cruz. Esta empresa tinha 10
funcionários na Loja, todos com carteira assinada e todos os direitos. Depois
da Reforma Trabalhista, metade deles, os 5 mais recentes foram demitidos. Mas a
loja não reduziu o pessoal, outros 5 foram contratados para substituí-los. Os
substitutos, porém, são trabalhadores em regime intermitente. Ou seja, são
convocados para a feira e recebem apenas pelas horas trabalhadas. Ou seja, para
esta empresa a reforma não serviu para criar um único emprego, apenas para
precarizar os que já existiam e aumentar o lucro da empresa.
O empresário dono desta
empresa defendia a Reforma Trabalhista, não para manter a mesma quantidade de
empregos e aumentar os lucros, mas para "melhorar a economia. A recessão
só aumenta. Ele também só demitiu os funcionários mais recentes, claro, porque
os custos da demissão dos mais antigos não compensaria a substituição.
Agora a conversa é a mesma
com a Reforma da Previdência, que vai fazer os mais pobres trabalharem até
morrer sem direito a aposentadoria, com a desculpa de que isso vai salvar a
economia. Como a reforma da previdência vai salvar a economia ninguém diz. De
onde virá o um trilhão de reais aclamado pelo Paulo Guedes ninguém diz.
O novo conto da carochinha
é defendido pelas mesmas pessoas que defendiam a reforma trabalhista. E você?
Vai cair nessa de novo?
Já caíram nessa. E esse trilhão de reais não vai sair um centavo do bolso dos empresários, mas do bolso dos aposentados mais pobres e são justamente estes que fazem a economia girar principalmente em cidades pequenas e de médio porte. Estes aposentados, em sua maioria com um salário mínimo, investem cada centavo n na economia de sua cidade. Com menos dinheiro no bolso, menos dinheiro sendo injetado no comércio, mais recessão, mais demissões porque não acha a quem vender e a taxa de desemprego e a pobreza vai às nuvens. Fim do conto, da ilusão.
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