Política,
crise e a indagação: como cortar custos e inovar no segundo semestre?
Por
Alexandre Gera
Maio de 2019 - A
instabilidade política e macroeconômica que atingiu o Brasil nos últimos anos
com juros, crise fiscal, inflação, desemprego e turbulências no comércio
exterior volta a afetar o mercado que estava eufórico com a eleição do novo
presidente. Depois deste primeiro trimestre, vemos um mercado apurando
resultados com uma esperança cautelosa.
A crise permanece,
principalmente por causa das promessas econômicas de campanha que ainda não
foram cumpridas, como a reforma da previdência. Há também os problemas com a
articulação política nacional e internacional, como percebe-se no episódio do
escritório comercial aberto em Jerusalém, que criou um clima nada favorável com
os países que seguem preceitos muçulmanos. Isso porque estes são os principais
mercados compradores das carnes exportadas pelo Brasil dentro do processo de abate
Halal, que movimenta trilhões no mundo.
Grandes empresas, como a
BRF, que é o grupo que detém as marcas Perdigão e Sadia, já comunicou aos
funcionários da planta de Carambeí, no Paraná, que pretende suspender a
produção por 60 dias a partir de junho e que essa medida pode durar até cinco
meses, período que os trabalhadores teriam que viver com o seguro-desemprego.
Se as exportações brasileiras para os países árabes não voltarem ao normal,
cerca de 1,5 mil pessoas podem perder o emprego ainda em 2019.
O que antes era
considerado por especialistas de mercado como falta de previsibilidade da
crise, agora é tratado com projetos urgentes para reduzir custos e aumentar
receitas. Como consequência deste cenário, percebemos que cada vez mais a
parcela de empresas que historicamente apostavam alto em inovação para manterem
a liderança nos seus segmentos, agora também passam a olhar com mais carinho
para os projetos que conseguem diagnosticar a redução de custos rapidamente.
Partindo deste ponto sobre
inovar e sobreviver, vemos quatro situações ocorrendo no mercado: há empresas
que já têm a casa arrumada e por isso estão focadas em inovar, há outras
querendo inovar, mas não estão com a operação preparada, assim como existem
companhias que querem se organizar para inovar e ao mesmo tempo pretendem
iniciar algum projeto de inovação para não perder tempo e, por fim, temos as
empresas que estão desesperadamente tentando se estabelecer para não fecharem.
Para todos esses cenários,
ainda há uma luz no fim do túnel. Entre inovar e reduzir custos, é possível
fazer os dois. Mas para isso, é preciso buscar o apoio consultivo de empresas
que executam projetos com resultados mais exatos, rápidos e baratos. Isso sem
esquecer que este trabalho deve atender às necessidades de mapeamento sobre
onde estão as maiores oportunidades para a implementação de técnicas e de
soluções inovadoras que reduzem custos e aumentam receitas.
Esse caminho é uma saída
ideal para o momento atual, pois diante desta situação, que deve perdurar ainda
no segundo semestre, temos uma única certeza: as empresas que não se adaptarem
e não tomarem nenhuma ação inovadora correm o risco de não sobreviverem quando
a retomada acontecer. E, para se preparar dessa maneira dentro de casa, o
processo é lento e caro.
O fato é que enquanto não
houver uma estabilidade política e, consequentemente econômica, muitas empresas
deixarão de experimentar novos projetos, tornando o momento ainda mais tenso em
busca de assertividade para conter riscos e reduzir custos. Por isso, é
importante ressaltar: o olhar sobre o que deve ser feito precisa se voltar ao
problema de hoje, mas quem não espiar o futuro próximo pode morrer no amanhã.
Alexandre Gera é
sócio-gestor da GERAVALOR, consultoria especializada em Inovação, Estratégias e
Business Assessment para negócios de todos os tamanhos e segmentos, incluindo
Comércio Exterior.
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