quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

ANO NOVO, CONJUNTURA NOVA!

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Santa Cruz do Capibaribe se prepara para um ano eleitoral recheado de fatores inéditos. Grupos fragmentados, desgastados e uma população inflamada pelo sentimento de negação da política, que fez da cidade a única no estado a preferir Bolsonaro a Haddad.

Embora seja extremamente importante para qualquer análise, os números da eleição de 2018 ainda não mostram influência real na eleição de 2020. Não houve a consolidação de um grupo pró Bolsonaro, a terceira via não se decidiu se quer ou não associar sua imagem à do capitão e o novo partido criado por Bolsonaristas, a Aliança, que na cidade se resume a meia dúzia de senhores de classe média, parece não ter viabilidade já para o pleito do ano que vem.

A terceira via, aliás, encabeçada por Allan e Capilé, mostra certa dificuldade em se decidir sobre temas espinhosos. Tem se debruçado sobre assuntos que já tem consenso, como a questão da água, que sabidamente foge à competência do prefeito. Parece firmar pé no sentimento de anti política, mas vai ter que sobreviver às contradições que vem junto a esse discurso. O vereador Capilé colhe os louros de ter votado contra o aumento de salário dos vereadores, depois de ter chamado o salário atual de pífio. Porém, as pessoas esqueceram a declaração anterior, terão tempo de esquecer o gesto atual.

O governo tinha o Secretário Joselito como favorito e preferido do prefeito Edson, bem quisto no grupo e aparecendo bem em pesquisas internas. Por razões que a própria razão desconhece, Joselito simplesmente não quer mais ser candidato à sucessão de Edson. Sobrou para Dida de Nan. Se bem que pelo histórico, não surpreenderia surgir um nome de última hora.

O governo vai voar nas asas do partido tucano, o PSDB. Sem saber, porém, que partido é esse atualmente. Em Pernambuco, Alessandra dirige, mas não manda. Nacionalmente, Dória manda, mas não dirige. O grosso das candidaturas a vereador pelo grupo de situação será no PSDB. Se ganhar, ganha ganhando! Mas se perder, o PSDB pode sofrer muito para se recuperar no estado como um todo.

A oposição "vermelha" está fazendo o óbvio para o momento. Se concentrando nos principais partidos de oposição a Bolsonaro, PT e PSB, e se aproximando de forças do campo popular, como o PCdoB. Exceção a Fernando Aragão que optou pela ousada tática de se filiar ao PP e associar sua imagem a de Eduardo Dafonte, deputado federal com bom desempenho eleitoral no estado, mas um figurante no Congresso Nacional. Fernando conta com um exército leal de seguidores dispostos a comprar brigas que ele mesmo não compraria. O problema de Fernando hoje é a viabilidade de seu projeto. O partido em si não é confiável, já mostrou ser "só arranque" em eleições anteriores, além de ter uma relação muito próxima e por vezes clientelista com o PSB. Justamente o partido do grande concorrente de Fernando neste setor da oposição.

Diogo Moraes, em seu terceiro mandato como deputado estadual, tem bom desempenho político e eleitoral, uma gama de apoiadores de peso e o governo estadual como suporte. Falta a Diogo deixar claro se está disposto a deixar a ALEPE, que ele parece ter como habitat natural. O fiel da balança, José Augusto Maia, já pendeu para o lado de Diogo. Zé não tem condições jurídicas hoje de ser candidato, mas com o peso que tem, e os filhos, consegue influenciar qualquer decisão.

Informações dão conta de que muita gente que ainda aparece em eventos e fotos com Fernando Aragão, já se colocou à disposição de Diogo. Falta ao deputado se colocar e veremos o caminho de Fernando Aragão.

Uma outra incógnita: Afrânio Marques. Afrânio carrega um peso político e eleitoral importante, além de um partido. Afrânio criou para si mesmo uma série de limitantes para apoiar quem quer que seja. A preço de hoje, se fosse ser fiel a seu discurso, não apoiaria ninguém. Mas por esse mesmo motivo, sem escolha, pode escolher qualquer caminho que poderá justificar. Pra onde irá o companheiro?

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